2018 in verso
Carolina Moraes e Silfarlem Oliveira, 2018
2018 in verso
um ano que começa no dia 31 de dezembro e termina no dia 1º de janeiro.
diz-se que os calendários mais simples é que permitiram aos historiadores refazer os eventos históricos. aqui a ideia é inverter o calendário para recontar e contar história[1]. um calendário in verso fora do/de tempo, dentro de/do espaço. o agora pra depois, o depois agora. ou nunca – porque passado ou porque muito depois.
se a partir de agora, o calendário empregado é o in verso, o dia 4 de fevereiro, por exemplo, é um dia do futuro a ser verificado, averiguado. diferente do calendário ordinário, que é um dia do passado a ser lembrado. já sobre o dia 10 de novembro (no calendário in verso), é possível lembrar – aos que conseguem puxar a vida pela memória – algum acontecimento.
em uma tabela comparativa entre o calendário ordinário e o in verso, as ações possíveis sobre um determinado dia são sempre contrárias: quando em um verifica-se no outro lembra-se.
em busca de um hiato de futuro e de passado, chega-se entre os dias 1º e 2 de julho. dias em que o ordinário e o in verso quase se encostam. se assim for, talvez haja um ponto, um ponto oco, em que nada pode ser verificado, nada pode ser lembrado.
hoje, 194º dia do ano, neste calendário in verso, é dia 21 de junho.
lembrar ou verificar?
verter, retraduzir o fim.
[1] de inversões a reversões: se os indígenas não fazem contagem dos dias, o dia do descobrimento (do brasil) nunca existiu; pedras foram instrumento para contar os dias, no entanto, pedras não contam os dias.